O programa Justiça em Cena, radionovela produzida pela Rádio Justiça do Supremo Tribunal Federal (STF) e retransmitida por rádios de todo o Brasil, completa neste mês 10 anos de existência. Em fevereiro de 2007, ia ao ar o primeiro programa, “Tempos de Suplicação”, uma aventura sobre a criação do Tribunal da Relação, que se tornaria, anos mais tarde, o Supremo Tribunal Federal. No mês seguinte, foi ao ar “A Fera de Macabu”. Baseada no romance de mesmo nome de José do Patrocínio, a novela se passava em meados do século XIX e contava a história de um homem que foi acusado injustamente por um crime. Anos mais tarde, o caso serviu para acabar com a pena de morte no Brasil.
Em 2008, o programa passou a ter episódios todas as semanas, divididos em 5 capítulos diários, e dedicou-se às comédias para falar de Direito e Cidadania de forma descomplicada.
Em dezembro de 2015, o Justiça em Cena foi o ganhador do Prêmio Engenho de Melhor Programa de Rádio, premiação inédita até então para a Rádio Justiça, reconhecendo os destaques dos meios de comunicação do Distrito Federal naquele ano. Esse foi o terceiro prêmio recebido pelo programa desde sua estreia, tendo também conquistado por dois anos consecutivos o Prêmio Comunicação e Justiça de Melhor Programa de Rádio.
A radionovela é gravada no Rio de Janeiro, pelo roteirista e diretor Guilherme Macedo, e finalizada nos estúdios da Rádio Justiça, em Brasília. O programa já alcançou mais de 450 semanas de veiculação diária e ininterrupta, com mais de 2.250 capítulos diários.
O Justiça em Cena também foi tema de trabalhos acadêmicos, entre artigos, teses e dissertações de mestrado. O artigo “A radionovela hoje: a experiência do Justiça em Cena”, de autoria do professor Paulo Henrique Trocoli da Silva, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ressalta que “o interessante na construção das radionovelas da Rádio Justiça é o uso de elementos do cotidiano e da cultura como inspiração para dar nome e construir as suas radionovelas”. Segundo o professor, “é o conjunto destes elementos aliado ao modelo de produção que resgata a especialização técnica existente na era de ouro do rádio brasileiro e que transforma as radionovelas da Rádio Justiça no padrão de produção a ser seguido pelas produtoras de áudio e emissoras que desejem produzir radionovela”.