Representantes da CUT, CTB e Federação Única dos Petroleiros criticam possibilidade de privatização da Petrobras

Os representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e da Central única dos Trabalhadores (CUT), Paulo César Ribeiro Lima e Roni Anderson Barbosa, afirmaram nesta sexta-feira (28) que as atividades desenvolvidas pela Petrobras devem ser mantidas sob controle do Estado porque são estratégicas. Eles participam da audiência pública convocada para debater as regras de transferência de controle acionário de empresas públicas, sociedades de economia mista e de suas subsidiárias ou controladas, objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5624, de relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.

De acordo com Amorim, a descoberta do pré-sal alterou a geopolítica do país e não teria ocorrido se a Petrobras não fosse uma empresa estatal. Ele lembrou que a extração de óleo em águas profundas exige investimentos altíssimos, mas que a Petrobras consegue comercializar o pré-sal a 7 dólares, preço abaixo do internacional. Argumentou também que é um “mito” afirmar que a Petrobras está falida, pois os prejuízos da empresa estariam concentrados somente na área de refino e seriam somente contábeis, consequência da desvalorização do real. “A privatização não é técnica, é ideologia”, frisou.

Roni Anderson Barbosa, por sua vez, ressaltou que as empresas públicas brasileiras foram construídas com o esforço do povo brasileiro e são fundamentais para o desenvolvimento país. “Qualquer mudança do controle de parte ou da totalidade de uma empresa dessa deve ser muito bem discutida com o povo brasileiro”, afirmou. Barbosa acrescentou que desde a descoberta do pré-sal a Petrobras, “talvez o maior patrimônio do povo brasileiro”, vem “sofrendo ataques”.

Para ele, no Brasil, sobra petróleo para exportar e há refinarias suficientes para que o preço do combustível não precise acompanhar a flutuação do mercado internacional. “Uma empresa estatal, se bem gerida, pode criar empregos e dividendos para o país. E isso pode ser aplicado a inúmeros setores”, finalizou, defendendo que a população seja ouvida em plebiscito sobre qualquer privatização que venha a ser proposta.

RR/AR

Veja a matéria original no Portal do Supremo Tribunal Federal

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